TIPOS TEXTUAIS – PARTE 2
Em nossa primeira aula sobre o tema, estudamos os seguintes Tipos Textuais e suas características:
TEXTO NARRATIVO
A principal característica desse texto é a presença de um enredo, no qual se desenvolvem as ações dos personagens, marcadas por tempo e espaço. Além disso, possui a presença de um narrador (responsável por apresentar a trama), personagens (podem ser principais ou secundários), tempo (psicológico ou cronológico) e espaço (local em que a história se desenvolve). A estrutura do texto narrativo é composta por apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
TEXTO DESCRITIVO
Esse tipo textual mostra aspectos, características e detalhes do que está exposto. O texto descritivo, como o próprio nome diz, descreve um objeto, lugar, pessoa ou fato. Assim, podem ser utilizados adjetivos, verbos de ligações, metáforas e comparações.
TEXTO DISSERTATIVO
O texto dissertativo procura fazer a defesa de uma ideia, por meio da argumentação e do desenvolvimento de um tema. Um exemplo desse tipo de texto é a redação cobrada pelo ENEM. A estrutura do texto pode ser organizada em três momentos: introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução deve conter a ideia, tema, assunto principal. O desenvolvimento deve desmembrar a sua ideia por meio de argumentos contra ou a favor do que foi exposto. Na conclusão, deve ser construída uma nova ideia para concluir a fundamentação.
TEXTO INJUNTIVO
Por fim, o texto injuntivo é também chamado de texto instrucional. Ele se relaciona com a explicação e com o método para concluir e realizar algo. Como por exemplo, as receitas culinárias, as bulas instrutivas de remédios, o manual de instruções e propagandas. A utilização dos verbos no modo imperativo, como “misture, tome, pegue, aperte” – de modo a indicar uma “ordem” – são comuns nesse tipo textual, principalmente por instruírem algo. Agora que você já compreende melhor o que são Tipos Textuais e quais são suas características, vamos praticar um pouco.
ATIVIDADES (COPIE E RESPONDA NO CADERNO)
1- Preencha os parênteses com os números correspondentes; em seguida,
assinale a alternativa que indica a correspondência correta.
1. Texto narrativo
2. Texto argumentativo
3. Texto descritivo
4. Texto injuntivo
( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como
realizar ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num
determinado espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator
importante nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma
pessoa, um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de
temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja
preocupação é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de
ideia principal, argumentos e conclusão.
a) 3, 4, 1, 2
b) 4, 1, 3, 2
c) 3, 2, 4, 1
d) 4, 1, 2, 3
2 – Leia o texto a seguir e depois responda ao final a questão referente a ele:
Internet e a importância da imprensa
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)
Pelas características do discurso e da organização do texto, pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.
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