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quarta-feira, 13 de maio de 2020

Atividade de Língua Portuguesa do 6ª ano


TEMA: CONTINUAÇÃO DO GÊNERO "RELATO DE EXPERIÊNCIA"



1.       Anote as características abaixo para relembrar o gênero “Relato”:

  1. ·         Remete a lembranças, memórias de determinado período da vida.
  2. ·         A voz que fala no texto pode narrar as experiências vividas por outra pessoa, com mais apelo à imaginação.
  3. ·         A voz que fala no texto pode representar a voz da própria pessoa que recorda suas experiências vividas.
  4. ·         Quando contamos algo sobre a vida de outra pessoa o gênero é narrativa biográfica.
  5. ·         Quando contamos algo que aconteceu em nossa vida o gênero é relato de experiência vivida.



Lembrar as experiências vividas, especialmente as da infância, é algo bem importante para a gente pensar sobre quem somos, refletir sobre a importância dos lugares e das pessoas em nossa formação. Vamos conhecer mais uma narrativa inspiradas em histórias de vida?

Copie o curto relato de Gabriela Romeu, autora do livro Terra de Caninha, a respeito de experiências de leitura e a relação delas com seu interesse pelo tema da infância.

TEXTO 1

Jeitos de olhar                                                   
Foi ouvindo histórias quando menina que adentrei o universo das infâncias, outras. As narrativas tecidas nas vozes de minha mãe e minhas tias me levaram a relatos afetuosos de suas peripécias infantis, as histórias que rondavam seu imaginário, as brincadeiras de pés descalços, os brinquedos costurados com restos do quintal, as encantarias para fazer e deixar crescer. Ouvir me levava a (vi)ver aquela infância. Foi então que fiz minha primeira incursão etnográfica pelas infâncias.
Meus olhos de leitora também tatearam outras infâncias. Incursionei pelos jeitos de ser menino e menina também pelas narrativas literárias, que sempre abrem portais de vastos mundos. Na prosa poética (e etnográfica) de Bartolomeu Campos de Queirós, descobri um atalho para a infância de um sertão onde meninos crescem silenciosos. O escritor mineiro, ao resgatar em sua obra suas memórias de menino, conta um pouco do viver a infância num certo tempo, num dado território.
Vez ou outra volto a reler – ou (re)ver – Indez, em que o autor conta de forma poética como vinga o menino Antônio, nascido frágil, “fora do calendário”, cuidado no protocolo de uma puericultura sertaneja, rica mitologia do crescimento. Antônio bebeu água do sino da igreja em dia de chuva para aprender a falar, uma “água do céu, sonora”; engoliu piaba para enfrentar as correntezas no nado; tinha como brinquedos os frutos caídos no chão e as mágicas da natureza; o lugar onde se enterrava o umbigo definia o destino da criança (se no curral, boiadeiro).
Um olho de vidro do avô materno era a relíquia escondida desse menino que “crescia manso”. Aquele olho nunca dormia, espiava tudo – até os medos que vazavam das brechas da casa de adobe à noite. “Antônio imaginava o avô no céu, olhando Deus com um olho só. O outro não dormia nem mesmo na bolsa da mãe”. A poética do olhar permeia a obra de Bartolomeu como a metáfora da descoberta de si e do outro – exercício fundamental de quem se dispõe a dialogar com as infâncias, a enxergar mais do que a “casca das coisas”, assim como bem fazem as crianças.


Questões

1) Releia o texto da atividade anterior  "O fotógrafo que é caninha de nascença"  para fazermos uma comparação com o texto dessa atividade , "Jeitos de olhar". Observe que os textos trabalham com temáticas parecidas, porque relatam ou narram lembranças de infâncias, de diferentes lugares e culturas.

2) O que você achou de ter diferentes leituras com temáticas parecidas? Por quê?

3) Sua família e amigos costumam contar fatos de suas vidas?



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