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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Atividade de Língua Portuguesa do 7 ano

NARRATIVA DE AVENTURA – PARTE 2


Em nossa primeira aula sobre o gênero Narrativa de aventura, pudemos

compreender melhor quais são suas características e seus elementos. Hoje

vamos dar continuidade ao nosso estudo sobre o tema em questão.

Abaixo segue a atividade proposta.


ATIVIDADE


(COPIE E RESPONDA NO CADERNO).


Leia a Narrativa de aventura a seguir e depois responda às questões ao final.


ENCONTRO DE EXTREMOS


            Foi uma viagem e tanto. Mercúrio percorreu rapidamente os quase

cinco bilhões de quilômetros que o separam de Plutão. Isso sem olhar para

trás, a uma velocidade de cento e oitenta mil quilômetros por hora (eu disse

“cento e oitenta mil quilômetros por hora!”), e sem parar, nem para um

xixizinho. Foram mais de mil dias de viagem incrível através do Sistema Solar.

Ele levava na mala o que ainda era um mistério para os planetas – documentos

secretíssimos falando de coisas estranhas e perigosas que estavam

acontecendo no planeta Terra.

            Assim que entrou na órbita de Plutão, Mercúrio olhou para trás. Lá

longe está o Sol. Já não lhe parecida aquele gigante em chamas que o

impressionava. Mesmo assim, era a estrela mais brilhante que ele podia ver

daquele ponto do Universo.

Você já deve ter percebido que esta é uma história de planetas. Para eles, as

coisas se passam de maneira um pouco diferente do que para nós. Por

exemplo: quando eu disse que a viagem de Mercúrio até Plutão foi rápida, quis

dizer que foi rápida para um planeta. Mais de mil dias é um tempo grande para

a gente, mas é pequeno para os planetas, pois eles podem viver bilhões de

anos.

            Outra coisa diferente nesta história é que o que é mistério para os

personagens (os planetas) pode não ser mistério para nós. É possível que você

saiba quais as coisas estranhas e perigosas que se passam na Terra.

Entretanto, pode ser que não se lembre. Nesse caso, este livro há de refrescar

sua memória.

            Mas voltemos a Mercúrio. Como você deve ter aprendido, trata-se do

planeta mais próximo do Sol. Por isso, os gases flamejantes1 quase encostam

nele. Lá, a temperatura é tão alta durante o dia que, se houvesse chumbo em

sua superfície, derreteria, formando rios e mares metálicos. Mas, para ser

sincero, até que Mercúrio gosta desse calorzinho. Ainda mais que, à noite, a

temperatura cai para – 170º C e ele se congela.

            Nosso herói estava muito longe de casa. Fazia frio e a temperatura,

próxima de zero absoluto (que é frio mais de todos os frios), era insuportável.

Para Mercúrio, significava resfriado na certa. Acontece que o seu cargo de

mensageiro dos planetas o obriga a cumprir as mais perigosas missões, e não

seria um simples resfriado que o impediria de cumprir mais essa.

            Além do mais, resfriado não é novidade. Por causa de seus dias muito

compridos e da atmosfera muito rarefeita2, que não espalha bem o calor, os

dias de Mercúrio são quentíssimos, e as noites, friíssimas. Por isso, mesmo

quando descansa em sua órbita, ele vive às voltas com febre, calafrios, nariz

escorrendo etc. Coisas que quem já teve gripe sabe como são: a gente quer

brincar, nadar ou tomar um sorvete e não pode. No caso de Mercúrio é ainda

pior, porque ele tem alergia a poeira cósmica, o que sempre vira bronquite. Aí,

só com inalação de vento solar.


            ― Ô de casa! A-a-atchim! – Pronto, estava resfriado. ― Ô de casa! ―

repetiu.

Nada.

            “Por onde anda Plutão?”, perguntou-se.

            Já que Plutão não estava, até pensou em dar uma olhada além das

fronteiras do Sistema Solar. A curiosidade era grande. Mas não se atreveu

porque lembrou do que tinha acontecido a Netuno. Se um planeta poderoso

como Netuno fora tão terrivelmente afetado, o que aconteceria a ele, o pobre

mensageiro dos planetas?

            De repente, tudo escureceu. Alguém ou alguma coisa passou em frente

ao Sol provocando um eclipse total. Mercúrio entrou em pânico. Tinha que fugir

rapidamente. Mas para onde? Não via nada. Súbito3, um bafo gelado em seus

ouvidos arrepiou-lhe todos os meridianos.

            ― Ei, rapaz... Aonde vai com tanta pressa... Cuidado... Vê se olha por

onde anda...

            Mercúrio se virou e notou um fraco mas ameaçador brilho

esbranquiçado se aproximando. Era Plutão que sorria horrivelmente,

mostrando dentes pontiagudos de metano congelado. O mensageiro tremeu

nas bases.  (...)

Marcelo R. L. Oliveira, Reunião dos Planetas. Editora Companhia das Letrinhas, 2006.


Estudo do Texto

O texto “Encontro de extremos” é um conto, com narrador e personagens. Há

informações que correspondem à realidade e outras que foram recriadas pelo

autor.

1.  Esse “encontro” poderia dar-se na realidade? Por quê?

2.  Como é o narrador dessa história?

a) Assinale a afirmativa correta.

(   ) O narrador observa o que acontece com o planeta Mercúrio sem participar

da história.

(   ) O narrador é um dos personagens da história.

b) Portanto, qual o tipo de narrador dessa história?

3.  “Você já deve ter percebido que esta é uma história de planetas. Para eles,

as coisas se passam de maneira um pouco diferente do que para nós.”

a) A quem o narrador se dirige neste trecho?


4.  “Foi uma viagem e tanto. Mercúrio percorreu rapidamente os quase cinco

bilhões de quilômetros que o separam de Plutão. Isso sem olhar para trás, a

uma velocidade de cento e oitenta mil quilômetros por hora.”

O motivo da viagem foi:

(   ) levar documentos secretos relatando coisas estranhas sobre a Terra.

(   ) encontrar Plutão, planeta distante do Sol e trocar informações sobre as

temperaturas que vivenciavam..

(   ) fugir dos raios flamejantes do Sol, estava buscando temperaturas mais

calmas para viver.

(   ) dar uma olhada

5.  Em sua opinião, quais seriam as coisas estranhas e misteriosas que se

passam na Terra? Argumente.


6.  Qual a possível consequência de passar por temperaturas frias, segundo o

texto?

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